(Simone de Beauvoir – O segundo sexo)
Amandinha Mirasierras, que nome poético, não? Very thankx pelo convite para participar deste blog batizado com nome tão passional. Será que nós, mulheres, somos mesmo assim, umas desvairadas, que gastam uma nota na maquiagem pra borrar depois tudo com choro? É caso de se pensar.
Bem, de uma coisa eu sei-o... nós sempre soubemos colocar a mão na massa, mesmo em condições adversas. E nada de pensamentos poluídos quando utilizo o substantivo “massa”, meninas. O que quero afirmar é que já tivemos belos exemplos femininos no passado, ainda que estes não tenham chegado até nós, ou ainda que não sejam muito divulgados.
Permitam-me que eu me apresente: carioca, escritora, poeta e professora universitária. Foi na vida acadêmica, ainda na Graduação da Faculdade de Letras, que concluí na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, quando estava no terceiro período, que comecei a pesquisar o assunto que aqui trago à tona, em um pedacinho: escritoras brasileiras do passado e desconhecidas. Esta pesquisa entrou pelo Mestrado, culminando na dissertação sobre Patrícia Galvão, a nossa Pagu. No Doutorado deixei o assunto mulherio meio de lado e caí de boca na Mama África, mas enquanto professora da Faculdade de Letras, responsável pela disciplina Literatura Contemporânea, continuei a divulgar estas pesquisas que me empolgaram desde sempre.
A produção feminina no século XIX
Como precisarei ser concisa, vou pontuar alguns nomes e trajetórias que a crítica literária tem deixado, até hoje, de lado, mesmo nos conteúdos estudados nas Faculdades de Letras, área em que trabalho: a primeira mulher a escrever um livro no Brasil foi a paulista Teresa Margarida da Silva e Orta, com Aventuras de Diófanes, em 1752. E pensar que somente em 1930, quase cem anos depois, haveria o voto feminino nas eleições!




Interessante também é Mameluco, da baiana Amélia Rodrigues, publicado em 1888, em pleno ano da abolição da escravatura no Brasil, visto que aborda a temática étnica de valorização da miscigenação, assunto considerado perigoso para o modelo eurocêntrico que moldava as mentes tropicais.
E um pouco da produzida no século XX


Essas obras são significativas de um novo momento, em que aspectos morais e sexuais são trazidos para a discussão, numa sociedade que, embora republicana, ainda conservava as marcas patriarcais.
Como o espaço é pequeno, deixo uma sugestão de leitura para quem quiser pesquisar mais sobre o assunto. O maravilhoso, Dicionário crítico de escritoras brasileiras de Nelly Novaes Coelho, da editora Escrituras, publicado em 2002, em cujas quase 800 páginas, vocês encontraram essas e outras escritoras, que mesmo depois de tanto esforço, continuam no ostracismo.
Norma Lima, Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense devidamente apresentada, nos brinda hoje com seus conhecimentos acadêmicos femininos e traz um pouco de cultura às nossas vidinhas vulgares
7 comentários:
Norma, Norma... não sei se agradeço sinceramente pela sua dedicação ao blog ou se fico muito puta por vc ter tornado árdua a tarefa de produzir bons textos a partir de agora! hahahahahaha
Obrigada, querida, beijos.
Até que enfim alguém trouxe um pouco de cultura pra esse blog!!!
Ai ai, eu posso não postar amanhã???
Vão me acha muito fútil!!!
=)
Vamos lá, mulherada!
Não é um absurdo elas e tantas outras serem desconehcidas?
Beijos.
Ei, Norma! Nem encontro palavras!
Vou aproveitar, já que estou completamente absorvida nas minhas descobertas com Emília Freitas!
ABRAÇOS!
Taís Victa
Há anos faço pesquisas sobre temas ligados à MULHER (sempre com todas as letras maiúsculas - não poderia escrever "em maiúsculo", pois deitaria a "pontinha do dedinho do meínho", no universo masculino); nestes anos passei pelas pesquisas de famílias monoparentais, pluriparentais, homoparentais, sempre sobre a perspectiva feminina.
Acabo de encontrar um tema fascinante para novas pesquisas, e, uma não menos fascinante, orientadora.
Amei o post!
Abraços de brisas perfumadas,
Joyce Damy Mobley
Alguém sabe onde consigo download dos livros Violeta e Virgindade Inútil? Não consigo achar o download nem onde comprar!
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