Nada como a falta de espaço e de dinheiro para fazer a gente repensar algumas atitudes.
Eu sempre gostei muito de comprar. Roupas, sapatos, bolsas, acessórios, tudo. Nunca tive apego algum ao dinheiro. Agora, por falta dele, faz muito tempo que eu não compro nada para mim. E embora eu sinta falta da possibilidade de entrar numa loja, escolher e pagar impunemente, confesso que não precisei comprar nada para mim nos últimos tempos. Eu fui me virando com tudo o que tinha, aprendi a fazer novas combinações e percebi que meu guarda-roupas me oferece opções que eu não conhecia. Então, no último dia 7, eu fiz aniversário, e como de costume, minha mãe, meu irmão, minha avó e minha tia perguntaram o que eu queria ganhar. Querer, querer, eu quero uma porrada de coisas, né. Mas no mundo real dos assalariados, pensando bem, eu vi que não precisava de nada. Nem roupa, nem sapato, nem nada. E olha que interessante; se eu tivesse dinheiro, mesmo não precisando de nada, eu estaria comprando muita coisa.
Não é que eu tenha adquirido um amor súbito pelo dinheiro. Na verdade, se pudesse, eu compraria sim. Compraria um carro, ou uma cristaleira para a minha sala, ou completaria minhas séries em DVDs. Eu compraria um brinco de pérolas e alguns anéis bem bonitos. Quer dizer, eu compraria o que realmente preciso ou quero ter. E embora eu esteja vendo nas vitrines milhares de coisas muitos bonitas, creio que eu não compraria nenhuma delas. Porque isso tudo eu já tenho. E mais: porque eu não tenho aonde guardar.
Resolvi arrumar meus sapatos. Todos em caixinhas iguais, devidamente identificadas, e organizadas para que a visualização fique fácil. E aí, claro, eu percebi que tenho muito sapato. Quer dizer, eu não chegaria aos pés da Carrie. Mas para uma pessoa normal, que tem apenas dois pés, eu tenho demais. Sei que existem garotas que colecionam montanhas de Melissas, mas acho que meus onze pares são muitos. Separei dois para doar, e vou viver feliz enquanto os outros nove puderem ser usados. Decidi que só vou comprar um sapato novo se me desfizer de um par que já tenha, e que não vou mais comprar Melissas.
Eu sou consumista e economizo somente o necessário, mas acho que essa onda de sustentabilidade começou a me pegar. Pra quê ter tanto? Tudo isso será lixo um dia. Então agora, se eu for comprar, tem que ser algo que valha muito a pena e demore aaaaanos até virar lixo. Em geral, o que é durável costuma ser mais caro. Mas não é preferível economizar e comprar um casaco que usarei a vida inteira do que encher as gavetas com blusinhas (tão bonitas) da Renner?
18 de abril de 2011
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6 comentários:
É isso aí, concordo plenamente!!!
e tb estou economizando!
=]]]]]]]
Doa suas melissas pra mim!!!!!!!!
Vc tb já tem mtas Melissas, Cindy!
E as que eu doei estavam no bico do corvo.
Ué, qq tem? Vc que tá com consumismo responsável, eu quero é mais!!! rs
Se estavam no bico do corvo, então eu não quero...hauhauahuahau
Mas qndo for doar sua severine, doa pra mim!!!
A Severine eu não dou nem qdo estiver no bico do urubu... hahahahaha
Nossa, eu ja estou nessa onda faz tempo, afinal, nunca me sobra dinheiro pra comprar o que eu quero mesmo!! E olha que as minhas blusinhas da renner duram muitooooooo tempo antes de virar lixo!!!
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