9 de agosto de 2010

I don't even have a pla!

Postado por Amanda Mirasierras na segunda-feira, agosto 09, 2010
Eu acho que qualquer pessoa pode se identificar com Friends, seja com algum dos personagens ou com alguma situação. Eu comecei a ver Friends há muito tempo e virei fã desde o começo; mas só hoje, aos 26 anos, eu começo a me reconhecer muito mais naqueles episódios. Principalmente na primeira temporada.

No episódio 4 da primeira temporada, Aquele com George Stephanopoulos, Rachel recebe seu primeiro salário como garçonete e fica inconformada ao ver como aquele mês trabalhado valeu pouco. Ela, Monica e Phoebe resolvem fazer uma festinha de meninas e passam a noite de pijamas, comendo, bebendo e jogando.

Mas conforme a noite passa, Rachel começa a pensar na vida que está levando. Ela largou seu noivo no altar, deixando com ele a possibilidade de levar uma vida muito tranquila (= ser uma madame que não precisa trabalhar), e virou garçonete. As outras meninas percebem, então, que também não conquistaram nada ainda. Elas não tem o emprego e nem o salário que gostariam - e, pior ainda, talvez nem saibam ao certo o que gostariam de conquistar.

Alguns episódios depois, é o Chandler quem passa por uma crise de identidade. Ele recebe uma excelente proposta na empresa onde trabalha e não sabe se deve ou não aceitar; afinal, ele não sabe sequer se gosta daquilo que faz.

Talvez seja essa a grande questão de todos aqueles que estão na casa dos 20 anos, rumando para os 30. Pouco antes disso, em geral nós estamos terminando a faculdade e procurando desesperadamente um emprego dentro das profissões escolhidas. Mas depois de um tempo, nesse exato instante em que se passam os episódios (e, coincidentemente, no exato instante que eu estou vivendo hoje), nós não sabemos se gostamos muito daquilo que queríamos tanto conseguir. A ânsia de ter emprego para ganhar dinheiro e começar a caminhar sozinhos faz com que agarremos a primeira oportunidade que aparece. Inevitavelmente, um dia iremos questionar se essa oportunidade é mesmo aquilo que queríamos.

Será que nós fizemos a faculdade certa? Será que esse emprego é o máximo que conseguiremos? Será que devemos fazer pós? Será que devemos fazer intercâmbio? Mudar de casa? Sair da cidade? Estudar outra língua? Será que vamos conseguir chegar lá? Onde é lá?

Essa fase é tão confusa e nebulosa. Em alguns dias acordamos dispostos, felizes por termos encontrado o rumo certo, gratos por estarmos caminhando, satisfeitos com as nossas conquistas e com a nossa competência por sermos jovens e já estarmos em algum lugar. Mas na semana seguinte, o som do despertador dá vontade de chorar e o cobertor parece ser o lugar mais seguro do mundo.

É a fase dos relacionamentos mais sérios. Das decisões mais difíceis. Das primeiras conquistas. De rompimentos dolorosos. Das boas viagens. Do primeiro carro. Da primeira casa. É a fase em que queremos ficar tomando sundae no Mc Donald's, mas que compramos uma casquinha porque é o que dá para fazer no fim do mês.

Rumar para os 30 anos é assumir as rédeas e arcar com as consequências. Às vezes dói, mas às vezes é incrível.

No episódio que eu descrevi, a Rachel analisa a sua própria condição de uma forma muito realista. Ao final, ela olha ao redor e vê os seus amigos jogando Twister. Todos eles estão no mesmo barco. Alguns ganham mais, outros menos, alguns tem mais certezas, outros ainda tem muitas dúvidas. Mas apesar de tudo, eles estão juntos para o quer der e vier.

Porque os amigos que atravessam a juventude e entram com a gente na idade adulta costumam ficar por perto para sempre. E esse é um grande presente. Meio adulto, meio incerto, meio medroso, a gente não está sozinho. Então, está tudo bem.


(Eu bem que tentei colocar aqui o vídeo de onde saiu o título do texto, mas não consegui. Para assistir - e entender - clique aqui.)

2 comentários:

Tata on 9 de agosto de 2010 às 14:02 disse...

Eu sou suspeita pra falar de FRIENDS!

Ci on 11 de agosto de 2010 às 21:12 disse...

Acho que eu me identifico bastante também com Friends.

E talvez, conform o tempo passa, cada vez mais!

 

Lágrimas e Maquiagem Copyright © 2010 Designed by Ipietoon Blogger Template Sponsored by Online Shop Vector by Artshare