Alice não é história de criança, isso todo mundo sabe. Também todo mundo já escutou versões e especulações sobre lisergia, pedofilia, mensagens subliminares e mais um caminhão de histórias. Eu, que conheci Alice pela Disney muito antes de ouvir falar em Lewis Carroll, me encantei com os personagens mágicos, as milhares de cores misturadas e a menina que era ora grande, ora pequena. E que, desperta, percebeu-se de fato maior ou mais velha. Isso eu sempre entendi.
E eu, durante toda a minha vida, oscilei entre ser pequena e grande. Como todo mundo, aliás. Eu sou muito grande quando falo sobre o meu casamento, penso nas minhas opções de futuro e me preocupo com as questões cotidianas. Quando preciso optar entre emprego ou bolsa, entre um doutorado certo e um mestrado incerto, entre a minha escolha e a minha vocação, eu sou um gigante cheio de interrogações.
Mas depois eu volto para casa no fim do dia e escuto um CD conhecido enquanto tomo banho. Eu assisto dezenas de vezes as minhas séries preferidas e vou diminuindo. E quando entro no meu prédio pensando que em alguns meses serei visitante na casa onde nasci, meu coração aperta tanto que eu passo pela porta muito, muito pequena. Tão diminuta que quase peço à minha mãe que me leve no bolso para o trabalho dela.
Penso em todas as rosas brancas que pintei de vermelho. Em todas as vezes que me prendi num chá sem fim. Em rainhas e animais falantes que ainda hoje ocupam a minha mente sempre tão presa ao que é indiscutivelmente real. Pequenos e grandes, entrando pelas fechaduras e saindo dos buracos, todos oscilamos entre crianças e adultos por toda a vida. E a graça é essa.
Portanto, não importa que tenham maculado uma das melhores histórias numa versão mornamente arriscada. Nem importa se o Tim Burton não conseguiu imprimir sua marca macabra numa história tão colorida. Seja num suposto sonho infantil ou num pedido de casamento, o importante é saber que ninguém é crescido o bastante para deixar de ser pequeno.
6 comentários:
E pra mim é o contrário: essa estória nunca me chamou atenção, nem nos livros e nem no clássico da Disney. Só agora que envolvou o Tim Burton que me deu vontade de ver!
Eu sempre gostei da Alice.
Mas como toda a história e estória, se confunde toda na minha cabeça.
E eu quero ver o filme, porque estou aberta!
Já eu nunca assisti o filme da Disney mas li o livro e pirei. Fiquei com medo de Lewis Carrol dps q fiquei sabendo das pesquisas dele om crianças, principalmente dps que tinha resolvido fazer pedagogia. Mas o autor é inegavelmente um gênio.
Relmente concordo com as coisas q disse sobre o filme. Deverá me deixar frustada como a F. Fabr. de Chocs nova. mas... vou arriscar.
E qnto as comparações à vida, eu adorei pq eu tb oscilo mto, como todos, ainda mais pq estou com as criancas e as vezes tb sou crianca com eles ou nao.
Amei sua penultima frase. posso copiar?? aushauhs
bjs
Nossa mas a fant fabrica nova me surpreendeu mt, pq eu sempre achei que seria um horror e nao foi tao ruim como eu esperava, graças a dupla Burton/Depp.
Não chega aos pés do primeiro, mas é bonitinho!Principalmente qd o WW fala que as crianças não alcançam suas próprias cabeças! uhahuahuhua
Os oompa loompas eram mais legais antes... eu adorei a versão nova, mas não era assim SUPER fã da primeira.
Pode copiar sim! =)
Ahahahahah é msm, não alcançam suas próprias cabeças foi mto boa!!!!
e qndo ele fala "aqui tudo é comestível; até eu sou comestível!"
aí surgiu no orkut uma comunidade "eu quero comer o Johnny Deep" aushauhsauhsauhsuash ri demais!!
bjss
Postar um comentário